segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Trabalho de ontem à noite


Ontem não tive alternativa, gramei mesmo as notícias sobre as eleiçoes, para não sentir que o tempo tinha sido perdido resolvi fazer crochet. 
A almofada branca ficou assim:



 

Agora falta a outra ...




sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Aquilo que nunca disse...


A propósito de algo que li hoje num dos blogs que sigo quase diáriamente, senti vontade de falar sobre algo que nunca mencionei, na esperança de poder ajudar quem necessite.

Tenho 60 anos e por conseguinte já passei por uma menopausa que apesar de não ter sido das piores conseguiu dar-me uma abalo a nível psicológico simplesmente horrível.

Sempre tive uma vida de bastante trabalho, com emprego fora de casa, três crianças, com a ajuda possível do homem cá de casa . Passei por tudo isto,  com optimismo e sempre dei conta do recado mais ou menos cansada, por vezes exausta. Sempre tive cuidado com a minha alimentação, não por ter tendência para engordar, mas sim para sentir que tanto eu como a minha familia tínhamos uma alimentação o mais saudável possível. Quando chegava à cama dormia logo, tinha um sono pesado e revigorante, nunca sofri de insónias o que me revigorava por muito que trabalhasse.

Eis, que chego aquela idade em que tudo nos parece desmoronar, acordava todos os dias sem vontade de me levantar, fazia tudo com sacrificio, tinha o peito com um aperto e uma nuvem negra sempre por cima da minha cabeça, deixei de dormir, noites e noites em que via os minutos,os segundos passarem, pela manhã o cansaço era um horror. Com a convicção de que conseguia ultrapassar as minhas fraquezas sózinha . Mas há fraquezas e fraquezas e estas eram muito superiores à minha força de vontade e ao meu pseudo  auto domínio. Tive que deitar a toalha ao chão e fui ao meu médico pedir ajuda, num pânico enorme. Há dias que só pensava que já compreendia porque é que existem pessoas que se suícidam, eu não aguentava viver assim...
Abençoado o momento em que tive a lucidez para tomar a decisão de consultar o médico, depois de cá por casa me terem dito isso inúmeras vezes, coisa que eu na minha teimosia não aceitava.
Sai da consulta com uma receita de ansiolitico e antidepressivo, ambos de dosagem mínima, coisa que nunca tinha tomado. Os primeiros 10 dias a seguir foram um horror, o médico avisou-me que seria assim, mas depois veio de novo o sol, levando as nuvens negras que me atormentavam, comecei a rir à gargalhada de novo, coisa que já não acontecia há tanto tempo... tinha vontade de sair, de trabalhar, voltei a dormir... meu Deus dormir era tão bom!!!

A menopausa deixou-me esta maleita, no presente já não tomo quase nada. Fiz o chamado desmame sózinha , só tomando alguma coisa quando me sinto mais em baixo.

Quando leio nos jornais e noutros locais, artigos em que criticam o uso destes medicamentos, fico pensativa, sei que há muita gente que se enfrasca neles por dá cá aquela palha, mas para mim foram a diferença entre viver e vegetar, e eu sem dúvida nenhuma prefiro VIVER.

Li ,como mencionei no principio, algo num blog de uma jovem que também teve que recorrer a tratamento depois de ter sido mãe, devido a uma forte  depressão pós parto, em que ela diz que os antidressivos lhe salvaram a vida , o casamento e principalmente a sua postura como mãe.
Para terminar, como em tudo na vida, existem casos e casos e analizar tudo pela mesma bitola é bastante errado.



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