terça-feira, 11 de março de 2008

Mudança de vida...


( As "minhas" palmeiras à porta do Centro Formação)

Trabalho na mesma empresa há 35 anos, uma empresa de tintas e vernizes. Nestes 35 anos de carreira, muitas foram as mudanças. Quando fui admitida em Janeiro de 1973, fui trabalhar na sede em Lisboa, na secção de encomendas. Estive lá até ao final de Abril do mesmo ano, e no último 1º Maio que se trabalhou, apresentei-me no Barreiro, na nossa fábrica,exercendo funções na Secretaria, estive aqui alguns anos sendo mais tarde convidada para a Gestão de Stocks.



(Edíficio todo em tijolo, onde há muito tempo fiz o curso de primeiros socorros,passo aqui todos os dias a caminho do meu local de trabalho)

Estive neste serviço até à compra da empresa, por outra líder de mercado. Por este motivo, a minha função passou a ser executada no Porto, e eu regressei à secção de encomendas em Lisboa, onde estive durante 4 anos. Sempre aceitei com boa vontade todas as mudanças que me foram surgindo ao longo dos anos, muitas vezes em prejuízo da minha vida pessoal e até financeira...
Nunca gostei de"complicómetros"(termo utilizado por um formador que encontrei numa das formações que fiz na empresa), penso que há coisas que são como são e complicá-las acaba por ser bem pior para nós.Por isso, quando passados os 4 anos,me convidaram para Assistente, no recém inaugurado Centro de Formação, onde são ministradas formações ligadas à aplicação de tintas para a repintura automóvel,até fiquei contente, porque ficava perto de casa, carro à porta e almoços em casa com a filha mais nova que bem precisava de apoio à hora do almoço. Só que mal sabia eu o que me esperava... Pouquíssimo trabalho, solidão completa durante dias, semanas e em períodos de férias, meses...
As formações fazem-se na média de uma por mês. No tempo que resta os meus colegas andam em Assistência Técnica a clientes, e eu,lá, num edifício enorme, só. Sem ninguém com quem falar, rir ou simplesmente ver... estou assim há quase 10 anos, que me têm pesado mais que os outros 25 que tenho de empresa, não sei como tenho conseguido manter a minha sanidade mental.

( A grua do cais, local que gosto muito de observar também a caminho do emprego)

Agora, depois de toda esta "lamegice" vem a parte boa, vou finalmente deixar tudo isto, consegui um acordo bem vantajoso para mim e vou finalmente dedicar-me em primeiro lugar à minha família, muito em especial às minhas netas que tanto precisam de uma avó por perto enquanto os pais trabalham, e à minha filhota mais nova em plena adolescência onde os cuidados e atenções são mais exigentes. E, como não podia deixar de ser, aos meus trabalhos, tantos projectos na cabeça sem tempo para concretizá-los.

É claro , que deixar uma empresa para a qual se trabalha durante 35 anos não é fácil... tenho amizades de muitos anos, umas que já saíram da empresa e outras que ainda ficarão por cá. E, tenho amizade também a esta empresa para a qual tanto trabalhei nestes anos todos. Mas quem disse que mudar é fácil? as mudanças são por vezes dolorosas, mas, há que enfrentá-las e seguir em frente porque elas fazem parte da nossa vida...

9 comentários:

  1. força mãe, é o virar de uma página e espero que o gozes em pleno, com muita saúde e harmonia, até porque as netinhas agradecem e os papás tambééééém!!!!

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  2. Se olhares para trás e sentires que o caminho foi bem percorrido, então está cumprida a tua missão.
    E acredita que o apoio que darás à tua família não tem preço (sei bem o que digo...)
    Quem dera a mim e às pessoas da minha geração viver essa fase da vida com a energia e potencialidade que tens!
    Bj do fundo do coração!

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  3. Força mana, vais dar mais do teu tempo à tua família e isso é muito gratificante... tudo o resto vai começar a fazer parte de um passado em que deste de certeza o teu melhor... beijos grandes e conta sempre comigo... ;)

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  4. As mudanças nunca são fáceis como dizes mas tenho a certeza que, passado o primeiro impacto, vais ser muito feliz e muito realizada nesta nova etapa da tua vida. Muitas felicidades.

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  5. Oh T.,quae estranha coincidência... também eu trabalho num local assim. Um barracão feio, sujo e velho, onde não vejo a rua e estou sózinha o dia quase todo. É claro que anseio por uma oportunidade de sair dali, mas a empresa é minha e de dois sócios. Quando acabei o curso de Escultura vi-me pressionada a "agarrar a oportunidade" que ofereceram ao meu pai. Resultado, trabalho em algo que não gosto, para que não fui treinada minimamente e numa área de mentalidades retrógradas e machistas.
    Admiro todas as pessoas que têm a coragem de mudar. Eu sei que o tenho que fazer mais tarde ou mais cedo... sou fraca.
    Desejo-te a melhor das sortes querida T.! Espero poder dar uma notícia destas o mais rapido possível.
    beijinho.

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  6. Desejo-te o melhor nesta etapa da tua vida, Teresa! É preciso ter muita coragem para fazer esse salto (e Sara quando o tempo for certo também derás)*

    Esperamos boas coisas e sempre a tua companhia

    beijinhos
    mary

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  7. Há algum tempo que não fazia aqui uma visita e confesso que estava com saudades. Claro está que as novidades eram muitas e bonitas como sempre. Em relação à mudança de vida, eu adoro começos, é um mundo de novas possibilidades, e quem, como eu, tem acompanhado o desenrolar do teu blog já percebeu que quem fica a ganhar somos nós. ;)Se até agora nos presenteavas com tantas coisas bonitas, deduzo que a partir de agora vamos ter a sorte de ver ainda mais. Desejo-te muitas felicidades para esta mudança! :) Beijinhos

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  8. Bom dia


    Concordo com as suas ideias. Eu também estive 35 anos directos numa Instituição Pública e no trajecto final, "fui-me abaixo", com tanta pressão sobre os func.públicos, a doença e falecimento da minha mãe, etc. etc. não aguentei. Tomei decisões que me prejudicaram financeiramente e para evitar a atrofia completa do cerebral, pedi para mudar de serviço, totalmente diferente, onde estive os últimos três anos, mas que me compensaram pelo desgaste que apresentava. Imagine-se: mudar de serviço e ser colocada num do qual não sabia rigorosamente nada a não ser alguns termos soltos. Tudo acabou em bem e mesmo contra a minha vontade ainda fuí "vítima" de um almoço surpresa, de despedida, com toda a equipa. Não falhou ninguém. Se calhar para verem a minha reação. Foi giro.

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